A filosofia não se confunde com a história da filosofia
e, ao ministrá-la
aos jovens, o máximo que se consegue é desencorajá-los
de ter uma opinião pessoal, exibindo-lhes o amontoado
confuso de todas as opiniões(...). Esse sucedâneo
do pensamento, que é a história da filosofia, só
conseguirá uma coisa: ridicularizar a própria filosofia
e entravar a ação grandiosa da verdadeira
filosofia. (Moura, C.A. de, op. cit., p. 13-14, apresentando
um ponto de vista de Nietzsche).
Se o historiador pode afirmar que o dado filosófico
por excelência das doutrinas está em sua organização
dos materiais, em seu modo de digestão espiritual,
em sua estrutura; se ele pode falar em umaverdade
intrínseca à filosofia, distinta de sua verdade
material, foi porque ele supôs, sob o horizonte kantiano,
que o sistemático define o racional em geral. E se as estruturas
são particulares e, todavia, o historiador afirma que elas
encerram um ensinamento universalmente válido, é
porque os sistemas são sistemas... da Razão (...).
Desde então, se a história estrutural é filosófica,
será por transcrever o desempenho dessa velha senhora ´e
por comungar, obviamente, com o sonho de um logos unitário. |