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José Crisóstomo de Souza
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No desenvolvimento dessa posição trato do nosso emaranhamento prático sensível criativo com o mundo, na perspectiva do que chamo de materialismo prático-poiético, pondo em relação realidade, produção e conhecimento, buscando distinguir meu posicionamento a esse respeito tanto de certo realismo empirista representacionista, concebido aqui como pouco interessante para a realização das disposições livres, prático-criadoras, dos seres humanos, quanto ao mesmo tempo de um antirepresentacionismo linguístico que tem preocupações semelhantes às nossas, tomado aqui, porém, como insuficientemente aberto à criação material sensível, embora disposto ao reconhecimento da dimensão social, não-fundacionsta, daquele emaranhamento. Faço isso pela via de uma combinação de não-representacionismo prático e materialismo poiético, sugerida por mim como possivelmente mais apropriada às nossas circunstâncias e necessidades, de tempo e lugar. Isso com base na utilização de quatro noções principais: a) a de intencionalidade prático-sensível, significadora, b) a da ação humana como poiésis, fazer criador que introduz coisas no mundo, c) a do real e de nós próprios como atividade sensível e como artefatuais, e d) a de significação e normatividade como constituídas na nossa própria prática de lidar com o mundo orientada por propósitos, apoiada e permanentemente mediada e modificada por objetos. Procedo então por quatro passos principais: 1) exponho o lado mentalista abstrato, sensível-intuicionista, do empirismo realista, 2) exponho o antirepresentacionismo linguístico que a ele se contrapõe como linguicêntrico e idealista, relativista e ascético, e, 3) como alternativa a essas duas figuras, trato de chegar a um embrião de pragmatismo sensível-criativo, para, finalmente, por conclusão, 4) esboçar uma concepção holista-materialista objetual do mundo, da cultura e de nós mesmos, segundo a qual os seres humanos permanente põem/criam novos objetos (artefatos) e práticas, e são por sua vez postos/constituídos/criados por tais objetos e pelas práticas/relações que eles promovem ou às quais dão suporte.

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